domingo, 8 de junho de 2008

Policial Feminina Sofre Agressão

A soldado PM Midiã de Souza Conceição Miranda, 36 anos, foi agredida pelo tenente Carlos Eduardo de Jesus Nascimento, no interior da 49ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM/São Cristóvão), segundo denúncia da Associação de Policiais da Bahia (Aspol). A policial feminina teria se recusado ser conduzida para a corregedoria da corporação, depois de discutir com o oficial por ter chegado atrasada alguns minutos ao trabalho. Comandante da unidade, o major Ricardo Guimarães confirma ter autorizado o oficial a empregar “força necessária” para detê-la.


Midiã foi autuada em flagrante por desrespeito e desacato a superior, de acordo com o Código Penal Militar. O soldado Marco Prisco, diretor jurídico da Associação de Policiais da Bahia (Aspol), disse que a entidade vai entrar com uma ação por danos físicos e morais contra o tenente. A capitã Eva Barbosa, subcomandante da 49ª CIPM, admitiu que o tenente Nascimento usou de força para imobilizar a policial, mas argumentou que ela se negou a acatar a ordem de prisão.


Midiã discutiu com o tenente porque chegou cerca de dez minutos atrasada à 49ª CIPM, em São Cristóvão, onde deveria começar a trabalhar às 13h. O oficial questionou o motivo do atraso, mas a policial teria alegado problemas pessoais. Nascimento ordenou que a soldado compensasse o atraso saindo 30 minutos depois do turno, mas ela se negou. Segundo a versão de Midiã, ela teria argumentado que não podia sair meia hora após seu horário porque tinha prova na faculdade.


Rasteira - O oficial alega que a soldado não apresentou justificativas e se recusava a acompanhá-lo para a corregedoria. Segundo o diretor da Aspol, Nascimento teria aplicado uma rasteira em Midiã, imobilizado-a, colocando um pé em sua costas, depois que ela estava caída ao chão, e aplicado o golpe conhecido como “gravata”.


A capitã Eva chegou à unidade policial pouco depois, tendo encontrado a policial chorando e conseguiu convencê-la a se apresentar à Corregedoria da PM. Midiã acabou autuada em flagrante com base nos artigos 160 e 161 do Código Penal Militar e foi encaminhada para o 12º Batalhão da Polícia Militar (BPM), no município de Camaçari, onde policiais femininas ficam detidas. O diretor da Aspol, soldado Marco Prisco, impetrou um habeas-corpus em favor de Midiã, ontem à tarde, no plantão judiciário do Fórum Criminal desembargador Carlos Souto, em Nazaré.

Fonte: Correio da Bahia

2 comentários:

Maiara Bonfim disse...

Mto bacana a idéia!

Boa sorte aí!

Unknown disse...

ridiculo esse machista ter que usar força física,onde está o profissionalismo.....até quando em todos os lugares as mulheres serão tratadas assim